segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Nova mão artificial surpreende graças à simplicidade e à eficácia – e por não se parecer em nada com a humana


Nada como escapar do óbvio. Depois de passar décadas tentando replicar a anatomia humana na hora de conceber membros artificiais, pesquisadores da Universidade de Chicago (EUA) abandonaram velhos conceitos e criaram uma mão que surpreende graças à simplicidade e à eficácia – e por não se parecer nem um pouco com o equipamento original de fábrica. Baseada no princípio básico da sucção, ela é composta por uma bola revestida de borracha e recheada com pó de café, muito parecida com a de frescobol.
Após o contato com o objeto a ser manuseado, o ar entre os pequenos grãos é sugado até que a bola seja moldada de forma a aderir à maior parte possível da superfície. Como a potência da “pegada” é calculada automaticamente, a máquina consegue distinguir as diferentes forças com que deve segurar um ovo, um copo de vidro ou uma pesada chave de roda.
As mãos artificiais criadas até agora são formadas por dezenas de placas de material sintético. Elas são conectadas por juntas e fios, que tentam simular o que a natureza demorou milhões de anos para aperfeiçoar: nossos dedos. Administrar todas essas conexões é uma tarefa que requer computadores poderosos e interfaces delicadas, como as que ligam os equipamentos aos cérebros de amputados, por exemplo. “Dedos funcionam perfeitamente para os humanos, mas podem ser desajeitados demais quando operados por uma máquina”, disse o pesquisador americano Eric Brown ao apresentar seu invento na edição mais recente da publicação especializada “PNAS”. Além do uso em humanos, a nova mão artificial pode ser instalada em todo tipo de robô.
De certa forma, o invento quebra um dos maiores mitos da evolução de nossa espécie. Afinal, uma das diferenças fundamentais entre os humanos e os outros primatas é o nosso célebre polegar opositor. Sem ele, não seríamos capazes de operar as ferramentas usadas para erguer a primeira casa ou fazer a primeira roda girar, por exemplo. Agora, ao pensarmos fora da caixa, conseguimos dar um passo além do ponto em que a natureza nos deixou. Que venham os próximos.
Fonte: Isto É

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